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Celepar demite assessor investigado pelo Gaeco

Dias antes da exoneração, a Celepar recebeu um ofício do MP requerendo uma série de informações e dados sobre o servidor. O diretor-presidente da empresa nega qualquer relação e diz que demissão faz parte de uma mudança normal

Lauro Rodrigues da Costa Neto ficou na Celepar por quase um ano
Lauro Rodrigues da Costa Neto ficou na Celepar por quase um ano -

Publicado por Luciana Brick

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A Celepar decidiu exonerar o servidor Lauro Rodrigues da Costa Neto que ocupava o cargo de assessor da companhia. A portaria número 022/2025 com a demissão é do dia 31 de janeiro e assinada pelo diretor-presidente André Gustavo Souza Garbosa. Ele descarta qualquer relação com o fato da empresa ter recebido dias antes um ofício da Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, do Ministério Público do Paraná, requerendo informações e dados sobre o funcionário.

Pontualmente, o MP pedia, num prazo de 15 dias, o dossiê histórico-funcional de Lauro Rodrigues da Costa Neto, bem como o ato referente à sua nomeação, o registro de frequência do funcionário — desde a posse no cargo na Celepar — e que a companhia informe as atribuições do servidor e o local em que exerce o cargo. Os dados vão subsidiar uma apuração preliminar aberta no início de dezembro de 2024 pela promotoria.

O Blog Politicamente apurou que um pouco antes da exoneração, a direção da Celepar encaminhou os dados requeridos pela promotora Claudia Cristina Rodrigues Martins Maddalozzo. E que a promotoria de Proteção ao Patrimônio Público prorrogou o prazo de investigação.

Garbosa disse ao Blog Politicamente, que a exoneração de Lauro Rodrigues da Costa Neto foi uma mudança normal no quadro de assessores que acontece no início de todos os anos. “O MP pede informações regularmente de vários assessores. Tirar um assessor relacionado a isso não faz nenhum sentido. (A exoneração) dele tem a ver com a revisão nossa do quadro de assessores que nos ajudam com as prefeituras”, disse o diretor-presidente da Celepar.

Gaeco: Operação Pactum

Lauro Rodrigues da Costa Neto ficou na Celepar por quase um ano. Em fevereiro do ano passado, ele foi exonerado da função de diretor de Operações da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital — na época comandada por Marcelo Rangel, hoje deputado estadual. A demissão aconteceu na mesma semana em que o juiz Thiago Bertuol de Oliveira, da 3° Vara Criminal de Ponta Grossa, deu sinal verde para o Gaeco dos Campos Gerais dar continuidade nas investigações de um escândalo descoberto no âmbito da operação Pactum.

Uma boa fonte do Blog Politicamente contou que Lauro Rodrigues da Costa Neto está sendo investigado pelo Gaeco. A suspeita recai sobre a atuação de uma suposta organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A aparição de Lauro na investigação tem a ver com uma licitação na prefeitura de Ponta Grossa que previa a contratação de empresa de assessoria e consultoria especializada na realização de auditorias operacionais para levantamento e recuperação de créditos tributários do Município.

O Gaeco chegou a pedir um mandado de busca e apreensão na casa de Lauro, mas foi indeferido pela justiça de Ponta Grossa. Durante a investigação, os promotores se depararam com gravações em que os investigados citaram por mais de uma vez o então secretário Marcelo Rangel, que comandava a pasta da Inovação. No entanto, o desembargador Miguel Kfouri Neto deu um despacho afastando qualquer envolvimento do agora deputado estadual com o caso — mesma conclusão a que chegou a Subprocuradoria-Geral de Justiça Para Assuntos Jurídicos, vinculada à Procuradoria Geral de Justiça do MP.

Lauro Rodrigues da Costa Neto não teve a mesma sorte. O juiz Thiago Bertuol de Oliveira, da 3° Vara Criminal de Ponta Grossa, determinou o desmembramento e compartilhamento das investigações aos juízos de Curitiba, Castro, Lapa e Foz do Iguaçu.

Secretaria de Inovação havia feito a exoneração em 2024 

No começo do ano passado, Lauro Rodrigues da Costa Neto deixou de ser diretor de Operações da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital. A exoneração foi comandada pelo então secretário da pasta, Marcelo Rangel. 

Coincidência ou não, a exoneração de Lauro Rodrigues da Costa Neto aconteceu na mesma semana em que o juiz Thiago Bertuol de Oliveira, da 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa, deu sinal verde para o Gaeco dos Campos Gerais dar continuidade nas investigações de um escândalo descoberto na Princesa dos Campos, ao longo da operação Pactum, e que pode respingar em Curitiba, que aponta a existência de organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Operação Pactum — Na primeira fase da investigação, o alvo central foi o vereador Celso Cieslak, que foi afastado das funções na Câmara Municipal de Ponta Grossa por determinação judicial, e a empresa Tributo Justo – cuja razão social é Maw Consultoria Empresarial e Tributária Ltda e/ou WHP Consultoria. A suspeita é que esta quadrilha tenha atuado em outras cidades além e Ponta Grossa, entre elas Curitiba. Por isso, o juiz, no seu despacho, determinou o desmembramento e compartilhamento das investigações aos juízos de Curitiba, Castro, Lapa e Foz do Iguaçu. Também na mesma decisão, no ano passado, o magistrado determinou o retorno do vereador Celso Cieslak ao cargo na Câmara Municipal.

Mas durante a apuração do caso, os promotores se depararam com gravações em que os investigados citaram por mais de uma vez o secretário Marcelo Rangel, da pasta da Inovação.

Foro Privilegiado — Quem mencionou o nome do secretário em algumas das conversas interceptadas pelo Gaeco, com autorização judicial, foi justamente Lauro Rodrigues da Costa Neto. Ele chegou a ser da equipe de Rangel na prefeitura de Ponta Grossa, quando assumiu a Controladoria Geral do Município.

O Gaeco chegou a pedir um mandado de busca e apreensão na casa de Lauro, mas foi indeferido pela justiça de Ponta Grossa. A aparição de Lauro na investigação tem a ver com uma licitação na prefeitura de Ponta Grossa que previa a contratação de empresa de assessoria e consultoria especializada na realização de auditorias operacionais para levantamento e recuperação de créditos tributários do Município.

A suspeita, captada nas interceptações, é de um acerto para um possível pagamento de propina a Lauro Rodrigues da Costa Neto de uma porcentagem dos contratos firmados pela empresa Tributo Justo, em que o ex-diretor intermediasse o encontro entre os empresários e prefeitos. Os investigados dão a entender que o valor poderia ir para o secretário.

TJ afasta envolvimento de secretário — Diante da citação do nome de Marcelo Rangel, que detém prerrogativa de foro, a investigação foi imediatamente interrompida e remetida para o Tribunal de Justiça do Paraná — a quem cabe investigar e julgar secretário de Estado. No entanto, o desembargador Miguel Kfouri Neto despachou devolvendo os autos para a 3⁠ª Vara Criminal de Ponta Grossa, por entender que não havia indício de envolvimento de Marcelo Rangel no caso — mesma conclusão a que chegou a Subprocuradoria-Geral de Justiça Para Assuntos Jurídicos, vinculada à Procuradoria Geral de Justiça do MP.

“Ao que se observa das conversas captadas, se deram todas com a pessoa de Lauro Rodrigues da Costa Neto, não havendo, por ora, substrato probatório a sustentar a hipótese de que o Secretário de Estado aquiesceu ou participou dos fatos criminosos”, asseverou Kfouri Neto no despacho. “O panorama fático atual torna inviável o deslocamento de competência, haja vista a precariedade indiciária e a inexistência de elementos concretos que evolvam o citado Secretário de Estado, cujo nome, quando mencionado pelos investigados, é sempre no âmbito de ilações, opiniões e conjecturas”, completou o magistrado, no ano passado. 

Com informações do Politicamente

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